Waste-to-Energy
Por: José Veloso da Costa em 08, Set, 2015
Nós sempre tivemos dificuldades em gerir os resíduos sólidos que produzimos, particularmente em Luanda. E todos modelos que foram usados ou aplicados sempre evidenciaram falhas. Me lembro que nos finais dos anos 80 e princípios dos anos 90, a limpeza de Luanda foi feita com a colaboração de filipinos, não sei se eram cooperantes ou outra coisa. Sei que eles entravam até nos bairros com os camiões e máquinas, acabando com todas lixeiras crónicas. Na altura se dizia também que os japoneses mostraram interesse em comprar o lixo de Luanda, mas o Governo não aceitou.
Outra questão que a cidade da Kianda sempre teve foi o problema no fornecimento de energia eléctrica, houve sempre o "pisca-pisca", zonas escuras, restrições aos fins de semana, estradas sem iluminação, etc. Sempre foi assim.
Então, por que razão não se faz recurso ao aproveitamento energético do lixo através da tecnologia Waste-to-Energy ou a queima do biogás produzido a partir da decomposição da matéria orgânica do lixo?
Essa técnica é usada com muita frequência em centros urbanos do Japão, Estados Unidos, China e alguns países da Europa, como o Reino Unido e cada vez mais cidades mostram interesse pela mesma.
Como resultado, reduziríamos o impacto socio-ambiental através da erradicação das lixeiras e aterros sanitários que são focos de inúmeras doenças, como também mitigaríamos o problema da energia eléctrica, com a electrificação de bairros e das ruas, reduzindo os índices de delinquência e até sinistralidade rodoviária.
Luanda hoje tem toneladas de lixo nas ruas e produzimos diariamente outras tantas toneladas, temos empresas chinesas de sobra que poderiam, dentro do acordo entre os dois estados, construir usinas térmicas para a produção de energia eléctrica. A tecnologia ainda é cara, mas ainda é mais fácil investir na mesma do que testemunhar surtos de cólera, febre tifoide, tétano, hepatite A, conjuntivite, verminoses, etc. que certamente só estão a espera das primeiras chuvas para eclodirem, cujas consequências seriam catastróficas, pois os hospitais e centros médicos não terão capacidade de resposta adequada.
O lixo realmente incomoda. É triste ver a nossa cidade da kianda nesse descalabro. Deviamos levar esse assunto em discussão em vários foruns.Continue a partilhar as tuas ideias connosco, havemos de lá chegar e atingir o que se pretende...
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