CURSO
DE PÓS-GRADUAÇÃO
Por: José Veloso da
Costa
INTRODUÇÃO
Ao
longo da nossa vida fazemos parte de muitas organizações, que podem ser de
carácter académico, politico, social, económico, religioso, desportivo,
cultural, etc. a organização pode ser encarada como duas ou mais pessoas que de
modo estruturado perseguem um ou vários objectivos.
O denominador comum de toda e qualquer organização é
o objectivo, que pode variar de acordo com o carácter de cada organização. Sem
objectivos a organização não perdura. Paralelamente a isso, outra condição
indispensável para que consigam atingir os seus objectivos de forma eficaz, é a
pessoa que ajuda a organização a atingir os seus propósitos.
Os líderes (administradores, treinadores,
comandantes, maestros, etc.) podem ser mais eficientes nalgumas organizações do
que noutras, para isso concorrem alguns factores dentre os quais a Comunicação.
Um líder que faça fluir a informação dentro da sua organização pode torna-la
mais produtiva ou eficaz.
Podemos referir que a comunicação é o centro de toda e qualquer
actividade humana. Milhares de problemas humanos estão ligados a dificuldades
inerentes a comunicação.
Nas linhas subsequentes vamos abordar a relação
Liderança/Comunicação nas organizações, porém é mister iniciarmos com a
elaboração de um quadro conceptual.
A definição de Liderança tem suscitado o
interesse de vários estudiosos, assim podemos afirmar que existem inúmeras
definições ou tentativas de o fazer. Porém, é comum que encontremos definições
contraditórias. Ralph M. Stogdill observou que existem quase tantas definições
de liderança quanto o número de pessoas que tentaram definir o conceito [Apud
Stoner e Freeman: 1999, 344].
Na visão de Stoner e
Freeman, a Liderança é o processo de dirigir e influenciar as actividades relacionadas com
as tarefas dos membros do grupo (Idem).
A Comunicação
em sentido restrito é a troca de ENTENDIMENTO, seja ela verbal, escrita ou
gestual. Ainda pode ser entendida como o intercâmbio de informações entre
sujeitos e objectos.
De acordo com Bilhim, até a Segunda Guerra Mundial a comunicação
organizacional estava ligada a retórica (speech)
e não às Ciências Sociais (2008).
ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
a)
O Emissor (Fonte) que é
quem elabora e põe em circulação a mensagem;
b)
O Código ou Codificação
é a tradução da informação numa serie de símbolos para a comunicação;
c)
O Receptor é a pessoa
que recebe e interpreta a mensagem ou informação do emissor;
d)
A Mensagem é a
informação codificada enviada do Emissor ao Receptor;
e)
A Descodificação é a
interpretação e tradução de uma mensagem em informação significativa;
f)
O Canal é meio de
comunicação entre um Emissor e um Receptor ou o suporte físico através do qual
se transmite a mensagem;
g)
O Contexto é a situação
social, histórica geográfica e psicológica que envolve o acto de comunicar;
h)
O Feedback é a
resposta, ou seja, o reverso do processo de comunicação, que ocorre quando o
receptor expressa sua reacção a mensagem do Emissor (Idem);
Alguns autores acrescentam O
Ruído como um componente do processo de comunicação. O Ruido é qualquer
factor que perturbe, confunda ou interfira de outro modo na comunicação. Pode
ser interno – quando o Receptor não está prestando atenção, ou Externo – quando
a mensagem é distorcida por outros sons no ambiente. [Stoner
e Freeman, 1999].
O importante na comunicação interpessoal é o cuidado
e a preocupação dos interlocutores
na transmissão dos dados ou das informações em questão para
que se obtenha o sucesso no processo desejado. Cada pessoa, que passamos a
considerar portanto, interlocutor,
troca informações baseadas em seu repertório
- cultural, sua formação
- educacional, vivências,
emoções e o background que traz consigo[1].
RELAÇÃO LIDERANÇA E COMUNICAÇÃO
Dentro da administração, a
actividade de liderar é mais concreta porque envolve o trabalho com pessoas.
Cabe aos líderes “ajudar” os trabalhadores a dar o melhor de si.
Existem quatro grandes
teorias sobre a eficácia do líder:
1 - Teorias do Traços do Líder
Foi o primeiro esforço de
tentar identificar as características do líder. É comum ouvir-se que a
liderança é uma habilidade inata, isto é, os líderes nascem feitos. Porem
estudiosos infirmam esta hipótese pois, os estudos provaram que existem lideres
com diferentes caracteres (introvertido e extrovertido), compleição física
(alto ou baixo), a inteligência, iniciativa e autoconfiança.
Os critérios usados e os
enfoques revelaram que ninguém está predisposto geneticamente para ser líder,
bem como não existem características comuns aos líderes.
Segundo Stoner e Freemam,
um factor relacionado com desempenho gerencial era a capacidade de supervisão
do gerente[2].
2 – Teorias
comportamentalistas.
O parcial insucesso da
abordagem anterior levou os investigadores a estudarem comportamentos de
indivíduos em situação de chefia[3]Os
investigadores prosseguiram os seus estudos no sentido de descobrir
Tem a ver com a personalidade, ou seja, características
psicológicas, sociais e intelectuais que distinguem o líder dos outros.
(Bilhim, 2008).
Para Stoner e Freeman, ao
invés de descobrirem o que os líderes eficazes eram, os pesquisadores
tentaram determinar o que eles faziam (1999, 346). Passou-se a ver como
eles delegavam as tarefas e, principalmente, como comunicavam com os
subordinados e tentavam motiva-los (Idem).
De acordo com Bilhim, a
nova perspectiva permitiu identificar dois tipos de orientações
comportamentais, nomeadamente: A orientação para a tarefa e a orientação para a
relação (2008).
Ao contrário das tarefas,
os comportamentos são aprendidos, daí depreende-se que os indivíduos treinados
em comportamentos de liderança apropriados seriam capazes de liderar com maior
eficácia.
3 – Teorias de Contingência
Pesquisadores usando as
características das teorias anteriores mostraram que a liderança eficaz
dependia de uma multiplicidade de factores. Não existem traços comuns, muito
menos um estilo eficaz para todas situações.
Stoner e Freeman defendem
que essa teoria é a visão de que a técnica da administração que melhor
contribui para o alcance dos objectivos organizacionais pode variar em diferentes
tipos de situações ou circunstâncias (1999).
Para Bilhim, diversas
abordagens procuram investigar em contextos reais, tentando identificar as
variáveis situacionais influenciadoras do sucesso da liderança (2008), e
apresenta as seis mais importantes[4]
.
A comunicação interna das organizações,
apesar de ser um tema ainda recente, historicamente pode-se dizer que tem sua
origem por volta de 1920 quando algumas empresas identificaram a necessidade de
que seus executivos aprendessem a falar mais adequadamente. O crescimento dessa
preocupação com a comunicação organizacional ocorreu juntamente com o
desenvolvimento da psicologia industrial, social e com as Teorias da
Organização, principalmente, com as Teorias Sistêmicas, que consideram a
comunicação como seu elemento fundamental.
O importante
na comunicação interpessoal é o cuidado e a preocupação
dos interlocutores na transmissão dos dados ou das
informações em questão para que se obtenha o sucesso no processo desejado. Cada
pessoa, que passamos a considerar portanto, interlocutor, troca informações
baseadas em seu repertório - cultural, sua formação - educacional, vivências, emoções e
o background que traz consigo.
A comunicação eficaz é importante para os
administradores e as organizações por duas razões: a comunicação é um meio
através do qual os lideres realizam ou executam as suas funções e por ser uma
actividade á qual os administradores dedicam muito do seu tempo.
A comunicação organizacional abrange todas
formas de comunicação utilizadas pela organização para relacionar-se e
interagir com os seus públicos (Bilhim: 2008, 361). Ela envolve a transferência
de informação através da hierarquia (Idem).
O tempo de administrar é gasto em grande
parte na comunicação face-a-face, electrónica ou telefónica com os pares,
subordinados, supervisores, fornecedores, etc (Stoner e Freeman: 1999, 389). A
comunicação tem sido considerada como “sangue vital” da organização e a falta
dela tem causado o equivalente a um AVC em mais de uma organização (Idem).
Para Bilhim, a importância da comunicação
radica no facto de ela cumprir quatro grandes funções:
·
Controla formal e informalmente, o
comportamento dos membros da organização;
·
Motiva os colaboradores ao esclarecê-los
sobre o que devem, fazer, e ao dar-lhes feedback do grau da sua
realização;
·
Vai ao encontro das necessidades de afiliação
que todo ser humano tem;
·
Fornece a informação necessária à tomada de
decisão (2008).
Henry
Mintzenberg descreveu o trabalho do administrador em termos de três tipos de
papel; a comunicação representa um papel vital em cada um deles [Apud Stoner e
Freeman: 1999,388].
Tipos de
Comunicação Organizacional
A Comunicação Vertical consiste na
comunicação para cima e para baixo na cadeia do comando da organização (Stoner
e Freeman: 1999, 396). Também chamada de comunicação descendente e descendente,
é feita a partir dos níveis hierárquicos.
Visa passar o maior número de informações
possíveis aos subordinados para que possam desenvolver suas actividades.
A Comunicação Lateral ou horizontal é feita
entre os departamentos, geralmente seguindo o fluxo do trabalho, proporcionando
um canal directo para a coordenação e resolução de problemas (Idem).
Evita a morosidade de direccionar as
comunicações através de um superior comum. Pode ser feita através de reuniões
entre departamentos, através de relatórios e comunicados variados, como cartas
internas entre departamentos, revistas informativas internas e outros.
CONCLUSÃO
É-nos a fenecer esse labor onde concluímos que o tipo de comunicação de uma organização depende, também, do estilo de liderança estabelecido por ela, considerando-se quem controla e tem o poder pois, o objectivo do líder é conseguir uma imagem positiva e um clima adequado para que se conheça a filosofia da empresa, os produtos que fabrica, os serviços que oferece, assim como os objectivos que persegue.
A comunicação joga de certeza um
papel decisivo na aplicação de novas estratégias, reestruturações internas e,
principalmente, no que tange o aspecto equilíbrio entre interesses da
organização versus interesses dos colaboradores ou seja na mudança
organizacional.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
·
BILHIM, João A Faria, TEORIA ORGANIZACIONAL, ISCSP, 6ª edição,
Lisboa, 2008.
·
CHIAVENATO, Idalberto, TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO, Campus, 6ª
edição, Rio de Janeiro, 2000.
·
JANZEN, Ernest Werner, CONFLITOS. OPORTUNIDADES OU PERIGO?,
Esperança editora, Curitiba, 2007.
·
STONER, James A. e FREEEMAN, R. Edward, ADMINISTRAÇÃO, LTC, 5ª
edição, Rio de Janeiro, 1999.
Luanda, aos
05 de Março de 2009